23.8.11

FIAC | Grand Palais e Louvre









A FIAC é a feira de arte contemporânea de Paris, com galerias de todo o mundo. Ao contrário de outras feiras internacionais que geralmente acontecem em galpões ou centros de convenções, a de Paris destoa por estar no Grand Palais e no Louvre. Ou seja, dois locais de forte carga histórica. Por um lado é uma forma de demonstrar poder e tradição cultural, mas por outro lado as galerias preferem um local mais neutro para exibir arte contemporânea, então a solução foi cobrir tudo de carpete e demarcar o espaço com baias brancas. Algumas galerias tentaram se diferenciar e arrancaram o carpete de seu perímetro. 

Algumas galerias se destacaram e mostraram seleções mais interessantes, como Florence Loewi (Paris), Zürcher (NY-Paris), Jousse Enterprise (Paris), Semiose (Paris), Lombard Freid (NY). Feira de arte contemporânea é uma boa oportunidade para ver centenas de trabalhos recentes e sem nenhuma afetação, pois está tudo amontoado: o carpete cinza faz tábula rasa. Como tem muita coisa, a gente não perdoa e só lembra depois de 5% que interessam.


Após passar uma tarde vendo centenas de trabalhos recentes dos artistas de galerias de várias partes do mundo, fica a impressão de que paira no ar uma certa tendência ao absurdo, um tipo de arte sem pé nem cabeça, despretensiosa, onde o maior compromisso parece ser tirar sarro dela mesma. Como essas esculturas das fotos: arco-íris gigante em papel maché, cinzeirão degradé, caçamba de lixo em relevo religioso ou o poste jogado no chão. Uma pista: a FIAC edita e distribui essa revista chamada "Le Marché de l'art contemporain - le rapport annuel Artprice" ("O mercado da arte contemporânea - relatório anual Artprice) e, nesta edição, encontramos uma tabela sobre a valorização e desvalorização de alguns artistas, sendo que Martin Kippenberger aparece como um dos mais cotados, tendo valorizado astronomicamente entre 2009 e 2010. Será que isso explica?